quarta-feira, 15 de junho de 2011

Reciclagem da Vida...

Reciclagem de vida 




Não sei se a vida se recicla.
 

Não, talvez não.
 

Mesmo se após um tempo de reflexão decidimos
 

mudar a nossa vida,
 

seremos sempre nós mesmos no fim.
 

Mudados, mas nós.
 

Com todas as marcas e cicatrizes para que não
 

nos esqueçamos do que fomos.
 

Sabemos que jamais poderemos recolar os

pedaços das coisas vividas e construir novas.
 

Colchas de retalhos são muito bonitas,
 

mas não passam de colchas de retalhos.
 

Remendam-se panos,
 

recola-se papel ou vidro,
 

mas não se remenda vidas,
 

não se recola momentos passados,
 

coisas que deixamos para trás.
 

Recomeçar? Sim.
 

Recomeçar é possível,
 

mesmo (e felizmente!) se
 

já não somos os mesmos.
 

Aprendemos, à custa da dor,
 

mas aprendemos.
 

Não cometeremos duas vezes os mesmos erros,
 

não beberemos a mesma água.
 

Durante anos vivemos como se não tivéssemos
 

outras alternativas.
 

A vida é assim... é o destino.
 

Mas somos nós que fazemos o nosso destino.

As nossas prioridades,
 

escolhemos e aprendemos a viver com elas.
 

E só depois, mais tarde,
 

é que nos questionamos sobre o fundamento
 

das nossas escolhas.
 

Há pessoas que acham que é tarde demais para
 

mudar e continuam na mesma linha,
 

mesmo que conscientes de que talvez esse, não
 

tenha sido o melhor caminho.
 

Homens e mulheres que se mataram a vida
 

toda para ganhar dinheiro,
 

terminam muitas vezes a vida sozinhos,
 

cheios de dinheiro,
 

vazios de amor.
 

E felizes são aqueles que descobrem que ainda
 

é tempo para fazer alguma coisa.
 

E que podem redefinir as próprias prioridades
 

e assumi-las.
 

Vai doer, mas vai valer a pena,
 

porque no fim das contas vamos ter a consciência tranquila de que tentamos.
 

Um dos piores sentimentos que existe é o de não poder recapturar um momento que gostaríamos
 

que tivesse sido diferente.
 

O eu de hoje não teria feito isto ou aquilo,
 

mas o que eu sabia ontem
 

não é o mesmo que sei agora.
 

Se soubesse,
 

teria cometido menos erros.
 

Mas temos um Deus tão bom e tão grande que
 

nos  está sempre a oferecer a oportunidade
 

de nos redimirmos e fazermos novas escolhas.
 

E agora? Agora sabemos.
 

Não vamos por atalhos.
 

Eles podem ser atraentes,
 

mas irão impedir-nos de aproveitarmos as
 

belezas da jornada.
 

O caminho da vida é bonito,
 

apesar de ser mais difícil para uns
 

do que para outros.
 

Mas é bonito se soubermos tirar o máximo do que é bom.
 

Noites escuras podem nos fazer ver mais
 

claramente as estrelas.
 

Só veremos o nascer do sol se acordarmos cedo.
 

Coisas simples que a natureza nos ensina.
 

Reciclagem de vida?
 

Talvez sim.
 

Talvez sejamos, no fim das contas,
 

uma colcha de retalhos da vida.
 

Mas que sejamos então uma bela colcha nova
 

a enfeitar um quarto,
 

um coração, talvez muitos… mas mesmo, muitos corações e muitas vidas, a começar por nós mesmos.
        By Letícia Thompson… com a adaptação de Margarida Abrunhosa

4 comentários:

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